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Original para a Internet

Segurança

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 27 de julho de 2020


Uma das maiores declarações de todos os tempos, quanto à segurança, é a que encontramos nas Escrituras, no livro de Salmos: “O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio” (91:1, 2).

Prossegue o referido salmo, falando de refúgio e de baluarte, de sermos libertados de laços, peste e destruição. Declara que nenhuma praga chegará à tenda de quem fizer de Deus a sua morada. Aos anjos serão dadas ordens a seu respeito. Será saciado com longevidade, e a salvação lhe será mostrada ― tudo isso porque a Deus se apegou com amor, e habita no Seu esconderijo, à Sua sombra.

O salmista evidentemente sabia muito bem o que é a segurança proveniente da oração, de ter consciência de habitar na Mente divina. Sem dúvida, esse morar no “esconderijo”, ou seja, essa unidade do homem com Deus, é algo que se faz espiritual e mentalmente, algo que vem por meio da oração e da compreensão. Não é uma questão de lugar, de circunstância ou de visível determinação. É bem claro que essas promessas indicam que, quando se tem amor e obediência à lei e aos preceitos divinos, dentro do âmbito protetor de se compreender a onipotência de Deus, a segurança pode ser encontrada. 

O mundo, porém, não encontra essa segurança. A descendência de Adão crê em uma existência material, separada de Deus, que, por sua própria natureza, não oferece segurança devido a essa separação. Por sua própria natureza, tendo um começo finito e um fim inevitável, sem ter em si mesma nada que possa salvá-la, a crença na existência material não oferece segurança. Se bem que muitos cristãos tenham encontrado conforto espiritual e auxílio bem definido nessas promessas bíblicas de segurança, para a maior parte da humanidade isso não constitui baluarte seguro contra a desventura.

A segurança, então, tem de ter origem em algo mais elevado do que causas e efeitos materiais. A sensação de estar seguros e a salvo, portanto, tem de abranger não só o bem-estar e a estabilidade espiritual em alguma vida futura, mas também todas as condições da existência atual. Para ser perceptível, temos de sentir proteção quanto ao corpo e os afazeres humanos, bem como quanto a todas as condições e circunstâncias. A Ciência Cristã está ensinando à humanidade que essa segurança se obtém pela compreensão de que Deus, a Mente divina, é onipresente; e por nos aferrarmos às ideias divinas, que de si mesmas são seguras, e por sua própria natureza têm de estabelecer e promover a segurança, onde quer que sejam mantidas no pensamento. 

A segurança não é mera circunstância física, mas sim um estado de compreensão espiritual. Nunca é inerente à matéria, mas encontra-se na atuação da Mente divina, que vence os perigos da mente mortal e da matéria. A Ciência Cristã revela uma segurança que purifica do pecado a consciência individual, constitui um preventivo quanto à doença, e harmoniza todos os assuntos humanos. Essa segurança se manifesta na medida em que os mortais refletem fielmente a natureza, a vontade e o poder da Mente divina.

A palavra “reflexo” significa muito para o estudante da Ciência Cristã. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy escreve: “Deus é revelado somente naquilo que reflete a Vida, a Verdade, o Amor ― sim, naquilo que manifesta os atributos e o poder de Deus, assim como a semelhança humana, projetada no espelho, reproduz a cor, a forma e a ação da pessoa que está diante do espelho” (pp. 300–301). A tarefa do Cientista Cristão é seguir o exemplo de Jesus e manifestar “os atributos e o poder de Deus” ― refletindo ou expressando a Mente divina, tão fielmente como a imagem vista em um espelho é fiel ao seu original ― e proteger a integridade do reflexo espiritual contra as agressões dos sentidos materiais, para que não seja privado de estar consciente de sua união com as qualidades divinas. Nesse progresso espiritual, o Cientista Cristão não assume a atitude negligente ou descuidada de simplesmente contar com essa profunda verdade quanto à proteção divina. Ele sabe que, para conquistar essa certeza, tem de sacrificar tudo quanto for passível de materialidade. Encontra essa proteção quando percebe a continuidade de seu verdadeiro existir espiritual na Mente, Deus.

Um incidente digno de nota, ocorrido há alguns anos, e naquela ocasião parcialmente relatado no Christian Science Sentinel, atesta a segurança que, mesmo em circunstâncias extremas, se obtém pela aplicação da Ciência Cristã.

Um jovem engenheiro de minas, acompanhado de sua esposa, ambos devotados estudantes da Ciência Cristã, penetrou por uma grande floresta adentro, para examinar uma mina. No dia em que chegaram ao lugar previsto para acampar, viram-se ameaçados por um incêndio de tremendas proporções, e foram rapidamente cercados pelas chamas, de modo que, segundo parecia, não havia meio de escaparem. Durante mais de sete horas, junto com cinco empregados da mina, combateram as chamas, ajudando-se mutuamente a apagar o fogo de suas roupas, debruçando-se muitas vezes no chão para respirar, e procurando os lugares que pareciam menos ameaçados de destruição naquela fornalha chamejante em uma encosta inteira da montanha. Durante essas horas, os dois Cientistas Cristãos mantiveram, sem hesitar, suas inabaláveis declarações do poder e da presença de Deus para salvá-los; afirmavam que a presença de Deus estava com eles, que o homem verdadeiro e a terra verdadeira são espirituais, não materiais, e que nenhuma força destrutiva podia tocá-los.

Finalmente, quando o incêndio atingiu um paroxismo terrificante e ameaçava varrê-los todos, a esposa exclamou ao marido: “Desprezemos o perigo. Deus nunca o fez! Seria preciso que primeiramente Deus fosse destruído, para que Seu reflexo pudesse ser destruído”. Aferraram-se a essa verdade metafísica, tendo em mente o fato de que eles mesmos existiam no Espírito, como ideias espirituais, e regozijavam-se no refúgio do Amor divino. Dando graças, deram-se conta de que o homem verdadeiro, como imagem e semelhança de Deus, está a salvo, tanto quanto Deus, e reivindicaram essa segurança, naquela hora. Elevaram-se à altura de reconhecer a revelação que a Ciência Cristã proporciona ao mundo, e viram o poder da ideia espiritual para subjugar o perigo. Esse momento supremo mudou a situação. Sabiam que tinham alcançado a vitória, e não tardaram, todos eles, a achar um caminho que levava para fora do fogo, através de uma longa e estreita passagem verdejante que as chamas haviam poupado.

Naquela situação extrema, esses Cientistas Cristãos aplicaram a revelação fornecida pela Ciência Cristã, revelação de que o homem espiritual, como semelhança de Deus, como ideia na Mente divina, está tão a salvo quanto Deus. Viram claramente que, como o indica a comparação do espelho, o original tem de ser alcançado antes de se poder alcançar o reflexo. Os anos de fiel estudo e prática da Ciência Cristã lhes haviam espiritualizado o pensamento de tal maneira que, na hora de ameaçadora devastação, puderam estar cônscios de que o homem é o reflexo de Deus, e de que o universo é espiritual. A realidade tangível da criação espiritual, a salvo no conhecimento que Deus tem de Suas ideias, lhes veio à compreensão, como um anjo salvador.

Esse exemplo de inspirada libertação pode animar a todos a confiar na compreensão espiritual, para achar a salvaguarda tão necessária, constantemente. No sonho do sentido humano da vida, o próprio gesto de ser bom, se não for espiritualmente defendido, não está em segurança. Para superar o acaso e a desventura, é necessário que o bem e a bondade sejam conscientemente governados e defendidos pela lei de Deus. Procurar a compreensão espiritual significa procurar a segurança. Aliás, o refletir a Mente divina faz manifestar-se, na existência humana deste momento, a coincidência do humano com o divino; traz à realidade a demonstração da unidade de Deus e o homem, como a Mente e Sua ideia indestrutível.

A Sra. Eddy escreveu em Ciência e Saúde: “Sob a Providência divina não pode haver acidentes, pois na perfeição não há lugar para a imperfeição” (p. 424). A palavra “acidente” é habitualmente associada àquilo que é desventura ou infortúnio. Segundo os dicionários, porém, significa toda interferência com a lei, a ordem ou o propósito costumeiros. Por conseguinte, um acontecimento, uma circunstância ou condição de qualquer espécie, que esteja em desacordo com a lei de Deus, poderia, de maneira geral, ser classificada como acidente. O ato de refletir com fidelidade a Mente divina nos resguarda, como refúgio e baluarte, como amparo e escudo, contra essas irregularidades mortais; liberta-nos de laços, peste, destruição e pragas, como o discerniu o salmista no “esconderijo do Altíssimo”. 

Na demonstração da segurança divinamente estabelecida, torna-se importante não só a compreensão, mas também a aplicação e o procedimento. Se quisermos sentir essa segurança, teremos de concretizar em nosso dia a dia a verdade que, por si mesma, é salvaguarda. Nosso pensamento tem de estar constantemente empenhado em refletir a Mente, e isso tem de se expressar com exatidão, por uma conduta correta, se é que queremos determinar os eventos de nossa vida.

Aquilo que é concreto é “específico, o contrário do que é abstrato e geral”. Às vezes é muito fácil, para o seguidor da Ciência Cristã, devotar-se à verdade que ele reconhece geralmente de maneira abstrata, em vez de fazê-lo de maneira concreta e demonstrável. Ele pode crer na Ciência Cristã, e não obstante, manter à parte os seus negócios, seu lar, seus afazeres, dirigidos ainda pelas opiniões, pelos desejos e métodos humanos. À medida, porém, que a verdade que ele percebe é aplicada de modo concreto e demonstrável nos afazeres de cada dia, sua segurança está garantida. Todos os pormenores de nossa vida têm de ser resgatados da dominação do senso humano e colocados sob o governo do Princípio divino, se quisermos que nossa vida esteja sempre em segurança. A Ciência Cristã ensina a seus seguidores como viver esse método que protege e salva. Desmaterializando nossa própria atitude mental a respeito do mundo e de tudo o que nele há, nós nos desprendemos da crença no perigo e entramos no estado consciente de plena segurança. Além disso, ajudamos a levar segurança aos outros.

Assim reconhecemos que a segurança não acontece por acaso. É preciso empenhar-nos para obtê-la, e merecê-la. Podemos consegui-la ao unir nosso pensamento à Mente divina. À medida que mantemos na consciência o reflexo, ou o refletir da Mente divina, a presença e o poder dessa Mente, a qual mantém a ideia divina em segurança, entram em ação para manter em segurança a existência humana na experiência presente. Isso acontece porque o reflexo, a reflexão espiritual, cura o pensamento humano de todos os temores e perigos que poderiam tornar insegura a nossa vida, e o fortalece com a convicção científica de que o mal é irreal e impotente, e o bem é onipotente. 

O estudante da Ciência Cristã não se gaba de estar em segurança graças à sua própria força. Não se apoia na sabedoria pessoal. Ao contrário, apoia-se na verdade revelada de que o homem, como ideia de Deus, não se pode extraviar da eterna segurança decorrente do fato de que Deus conhece Sua criação. O homem desfruta da segurança dessa coexistência divina na exata proporção em que é fiel à sua compreensão dessa coexistência. Sem dúvida, essa união com a Mente divina é o “esconderijo”. É a substância da cura pela Ciência Cristã. Todo Cientista Cristão se esforça por enxergar essa unidade. Embora comece dando passos pequenos, para os quais trabalha com paciência, ele sabe que, na medida de sua esclarecida fé, esses inícios lhe proporcionam domínio espiritual, pois vinculam sua consciência do existir com a fonte de toda a segurança ― a própria onipotência.  

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