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Original para a Internet

“Sagrada Solitude”

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 3 de agosto de 2020


Em Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, Mary Baker Eddy escreve: “Em sagrada solitude a Ciência divina explicou a natureza como pensamento, e o pensamento como coisas. Esse supremo Princípio poderoso governa no reino do real, e é ‘Deus conosco’, o Eu Sou” (p. 331).

Muito se fala sobre a necessidade de companhia e sobre a angústia do isolamento. Pouco, porém, se pensa ou se fala a respeito da beleza da solitude e do seu papel essencial no desenvolvimento espiritual de cada um. Jesus passava noites inteiras em oração, a sós, no deserto ou na montanha. O apóstolo Paulo nos conta que passou algum tempo — talvez três anos — na Arábia, depois da visão que tivera do Cristo. Moisés esteve quarenta dias e quarenta noites na montanha, a sós com Deus.

Hoje, mais do que nunca, precisamos cultivar essa “sagrada solitude”, estar somente com Deus e nossos pensamentos. As invenções modernas fizeram da solitude e do sossego algo que se tem de buscar. Não percebe a mente mortal que o modo de pensar cientificamente cristão é a sua destruição? E não tenta, então, tornar-nos cegos à necessidade de ter tempo para pensar sossegada e sistematicamente? Essa influência é o que apresenta a solitude como se fosse indesejável, desagradável, e faz com que muitos de nós tenhamos medo do ermo, da solitude que temos de enfrentar, em nosso caminho do senso material das coisas, para o senso espiritual. Nessa solidão, porém, Deus está à espera, para falar conosco. Enquanto clamamos pela companhia de outros mortais, não podemos ouvir a voz do cicio tranquilo e suave; pois Deus fala conosco, como falou a Elias, em “um tom de suave quietude”, segundo a bela versão de uma tradução moderna da Bíblia (ver 1 Reis 19:12). Também nós temos de estar serenos para saber que Deus existe, e cultivar a quietude do espírito, um recanto de repouso na presença do Senhor. Cada um de nós acha, nas profundezas de seu ser, o reino do céu. “O propósito do Amor divino é ressuscitar a compreensão e o reino de Deus, o reino da harmonia que já está dentro de nós”, escreve nossa Líder em Miscellaneous Writings (p. 154). Contudo, do mesmo modo que o trabalhador de uma mina, se não cavar, jamais achará o ouro oculto na terra, também nós temos de sondar as profundezas da nossa consciência espiritual. Como podemos fazer isso, se não estivermos dispostos a ficar a sós com Deus? Parece haver, entre os mortais, medo de ficar a sós, por não saber que Deus está nesse silêncio. Caminhando ao nosso encontro sobre o mar tempestuoso dos pensamentos tumultuados e inquietos, o Cristo, a Verdade, diz: “…Sou eu. Não temais” (Mateus 14:27). É muito significativo que Elias, o profeta de Deus, tenha encontrado seu companheiro e ajudante, Eliseu, depois de haver ouvido na montanha o “cicio tranquilo e suave”.

Talvez algum coração, sentindo-se faminto de companhia humana, não se tenha disposto a ficar a sós sobre a montanha, diante do Senhor, como fez Elias, e a escutar a voz do “cicio tranquilo e suave” da companhia divina. A companhia de Deus não é, por assim dizer, uma alternativa aceitável, na falta de algo melhor nas circunstâncias. Muitas vezes tememos que nos seja exigido renunciar a algum prazer que muito acalentamos, como admiravelmente o expressou Francis Thompson:

Embora conhecesse o amor de Quem seguia,
invadiu-me tremendo temor de que,
possuindo-O, nada mais eu teria.

Entretanto, só ao encontrar a Deus é que realmente encontramos Sua expressão. Por isso, a chave de toda alegria verdadeira é conhecer a Deus. Para tanto, necessitamos da “sagrada solitude”, de tempo para ficar a sós e orar — não apenas momentos aproveitados apressadamente aqui e ali, mas sim horas consagradas à oração — tempo para reduzir ao silêncio o clamor dos pensamentos mundanos, empenhando-nos em manter em mente as realidades espirituais do existir, não simplesmente alcançar uma cura muito desejada, alguma paz de que muito necessitemos, mas conhecer melhor a Deus, da mesma maneira como conhecemos melhor os nossos amigos, se pudermos ficar sozinhos com eles. Constatamos então que a presença de Deus, quando compreendida conscientemente, de fato é mais tangível do que a presença de qualquer pessoa amiga. É essa a presença divina na qual vivemos, nos movemos e existimos, que o clamor dos sentidos constantemente tenta roubar de nós.

Hoje, mais do que nunca, o Cristo diz a vós e a mim: “…Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto; …” (Marcos 6:31), um lugar onde possamos aprender a repousar na consciência de que Deus é Tudo, e é onipresente, em que possamos ver a verdade a respeito do nosso existir. Diz-nos nossa Líder, em Ciência e Saúde: “Assim como uma gota de água é uma com o oceano, um raio de luz é um com o sol, do mesmo modo Deus e o homem, Pai e filho, são um no existir” (p. 361). Deus não parou de falar conosco, e quando aprendemos a nos satisfazer com essa consciência espiritual, nos damos conta de que nenhum bem nos é sonegado. Nas palavras do salmista, podemos dizer, com profunda sinceridade e convicção: “…na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra delícias perpetuamente” (Salmos 16:11).

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