Eu não sou Cientista Cristão devido ao que a Ciência Cristã me possibilita fazer. Sou Cientista Cristão porque é a melhor maneira de viver que eu conheço.
É tentador ficar com um ponto de vista bem utilitário da Ciência Cristã ― como se ela fosse aquela ferramenta que tiramos do armário quando temos algum problema, aquilo que usamos para resolver problemas de relacionamento ou para ter uma saúde melhor. Na verdade, a Ciência Cristã consiste em compreender que a fonte do nosso existir é Deus, o Amor divino. Ela diz respeito ao fato de que nós existimos, porque Deus, o Amor, existe. Nós somos o verdadeiro resultado e expressão do Amor.
Quando paramos e refletimos sobre a Ciência Cristã, vemos que ela é uma maneira realmente radical de viver. Saber que somos o produto do Amor faz com que nos sintamos plenamente amados e plenamente capazes de amar a cada momento. Eu procuro me manter consciente desse fato o máximo possível, durante o dia todo. Procuro sentir mais claramente que cada um de nós é a expressão de Deus ― o amado do Amor.
Aqui está um pequeno exemplo de como isso se dá. No ano passado, eu estava voltando do meu escritório e pensando onde eu deveria almoçar. Ora, isso pode parecer uma questão bastante banal, mas acho que quando estou conscientemente vivendo, pensando e agindo como o amado do Amor, nenhuma questão é banal. O pensamento que me veio foi: se eu soubesse que todos são amados, perfeitamente amados, o que eu faria? E, de repente, olhei para um restaurante pelo qual eu estava prestes a passar e senti a orientação inconfundível do Amor: vou almoçar neste restaurante.
Depois de ter almoçado, notei que um veterano de guerra, sem-teto, estava sentado na calçada, do lado de fora do restaurante. Naquele momento, tive a percepção tão clara de quem ele era espiritualmente ― de quem ele era e de quem eu era, nós dois existindo juntos no ser infinito do Amor. Levei-lhe um sanduíche e ele conversou comigo sobre suas experiências. Coincidiu que minha igreja filial da Igreja de Cristo, Cientista, estava prestes a patrocinar uma palestra para veteranos de guerra e suas famílias, e eu lhe dei um convite para esse evento. Foi tão bom, porque não tive de forçar de nenhuma maneira, nem mesmo tive de planejar esse encontro. Toda a experiência consistiu em sentir quem eu era e quem ele era como duas expressões do Amor. Senti-me envolvido pelo Amor e obedecendo ao Amor.
Como eu já disse, esse é um pequeno exemplo, mas realmente resume o motivo pelo qual sou Cientista Cristão. Não há nada mais no mundo que possa me proporcionar uma compreensão mais clara de quem eu realmente sou e que, ao mesmo tempo, me possibilite colocar em prática essa compreensão. Aliás, essa compreensão acaba sendo colocada em prática de maneira cada vez mais ampla. Esta simples pergunta: “o que eu faria se soubesse que todos nós somos amados?” transformou-se em: eu sou o resultado do Amor, portanto, o Amor cuida, apoia, nutre e faz muito mais, e o significado disso é que, como manifestação do Amor, eu expresso cuidado, apoio, carinho e muito mais. Conhecer a mim mesmo como a manifestação do Amor abre o pensamento para infinitas possibilidades. Assim, o significado de expressar a Deus se desenvolve para mim a cada dia, a cada momento, à medida que sinto cada vez mais a minha união com o Amor divino.
É disso que gosto tanto a respeito da Ciência Cristã. Ela me permite compreender que sou governado pelo Amor divino, e não por minha própria vontade pessoal. A agulha da bússola, por assim dizer, aponta para o norte verdadeiro, que é o Amor, e tudo flui a partir daí. Permitir que esse "norte verdadeiro" seja o centro de quem eu sou e do que eu faço é disso que consiste a Ciência Cristã e é disso que consiste meu viver. Minha identidade é essa expressão pura do Amor, cada pequeno detalhe dessa identidade é governado pelo Amor. Isso é quem eu sou e quem todos nós realmente somos.
