Eu me sentia como um peixe fora d’água. Era o primeiro ano do ensino médio e eu estava estudando uma matéria que meu pai muito recomendara: latim. Latim é o que chamamos de “língua morta”, porque não é mais falada, é apenas usada para leitura. Algumas igrejas a utilizam em seus cânticos. Embora eu tivesse me esforçado para aprender a gramática e o vocabulário, estava claro que essa não era a minha praia. À medida que o primeiro grande teste se aproximava, comecei a ficar apavorada, com medo de não me sair bem — ou mesmo de não passar.
No dia anterior ao exame, cheguei em casa da escola e orei em busca de uma resposta sobre o que eu poderia fazer para me preparar melhor. Eu tinha aprendido na Escola Dominical da Ciência Cristã que sempre que precisasse de ajuda ou orientação, eu poderia orar e ouvir as ideias boas e inteligentes de Deus, que me guiariam na direção certa. Mas o pensamento que tive enquanto orava me pareceu meio sem lógica: ler a Lição Bíblica semanal da Ciência Cristã, no Livrete Trimestral da Ciência Cristã. Eu não fazia ideia de como isso me ajudaria a me sair bem no exame de latim. Mas obedeci.
Li a lição várias vezes por várias horas, porque sempre que eu terminava a leitura e pedia orientação a Deus, me vinha bem forte o pensamento de que eu tinha de ler mais uma vez. A lição daquela semana apresentava muitos trechos do primeiro e segundo capítulo do Gênesis. Li partes desses capítulos nas citações da Bíblia contidas na lição e depois a exegese (a explicação) desses versículos no capítulo intitulado “Gênesis” no livro-texto da Ciência Cristã, escrito por Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. Acabei, então, lendo cada trecho dezenas de vezes. Eu estava obtendo uma nova compreensão desses dois capítulos, vendo o primeiro como a criação de Deus desdobrando-se para a Sua criação. O conceito de desdobramento se destacou para mim e fortaleceu minha compreensão da criação espiritual em que todos vivemos.
Então, revisei a matéria do curso de latim por mais ou menos uma hora e fui dormir, sentindo-me mais segura a respeito do controle de Deus sobre o universo e sobre mim, mas sem ter a mínima ideia do que aconteceria no dia seguinte.
Quando abri o teste, na manhã seguinte, vi que a tarefa era traduzir dois textos: um do latim para o inglês, o outro do inglês para o latim. Os textos eram o primeiro e o segundo capítulos do Gênesis. (O interessante é que eu estava em uma escola pública, portanto nunca teria imaginado fazer uma tradução de um trecho da Bíblia.) Como eu tinha praticamente decorado os dois capítulos depois de tantas horas de estudo, consegui fazer a tarefa relativa ao primeiro capítulo do Gênesis sem pestanejar. A tradução do segundo capítulo foi um pouco mais difícil, pois precisei procurar as palavras correspondentes em latim no primeiro capítulo. Mas sem dúvida eu havia estudado a coisa certa.
Tive uma nota muito mais alta do que meramente para passar. E o melhor de tudo foi que percebi como era valiosa a experiência de estudar com aquele professor; então, me tranquilizei e aproveitei o resto do ano do curso de latim. Depois dessa ocasião, vejo que o latim pode ser útil de maneiras que eu nunca imaginara quando tomei aquelas aulas.
Essa definitivamente provou ser uma das experiências de que a Sra. Eddy falou quando escreveu: “Passo a passo, os que confiam nEle hão de constatar que ‘Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações’ ” (Ciência e Saúde, p. 444). Mesmo décadas depois, continuo firme na compreensão de que não sou eu a fonte da inteligência; Deus, a Mente, é essa fonte. Quando ouvimos a Deus e seguimos as orientações da Mente, não há teste ou prova que seja muito difícil, nem solução que esteja fora do nosso alcance.
