O preparo da papelada para ingressar na faculdade realmente me intimidava. Apesar de ter me dedicado ao máximo durante o segundo grau, candidatar-me a uma vaga de faculdade era, mesmo assim, como escrever meu nome em um pedaço de papel, colocá-lo dentro de um chapéu de onde os nomes seriam sorteados, e torcer para que eu fosse magicamente selecionada. Moro nos Estados Unidos, onde o estudante solicita admissão a uma ou várias faculdades, e é aceito com base em seu histórico como aluno, inclusive notas, durante os anos anteriores de estudo.
Aproximando-se o final do ano escolar, comecei a receber respostas das faculdades para as quais eu pedira admissão, mas, carta após carta, o resultado era sempre o mesmo: uma resposta negativa. Fiquei confusa e frustrada porque efetivamente eu tinha qualificações para quase todas aquelas faculdades. Mas era como se isso não tivesse sido levado em consideração.
Desanimada, em oração me voltei para Deus, como já fizera tantas outras vezes quando necessitara de ajuda. Eu queria sentir que Deus estava me orientando, e que, independentemente de qualquer outra coisa, existia um lugar para mim, e Deus haveria de me conduzir aonde quer que eu necessitasse estar.
Para começar, peguei meu celular e abri o Concord, que é um programa online que nos permite pesquisar a Bíblia e os escritos de Mary Baker Eddy, inclusive o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. Escolhi a palavra paciência, pois eu queria eliminar aquela preocupação crescente que ameaçava me subjugar. O que deveria ser uma etapa emocionante na minha vida estava sendo, ao contrário, um momento em que era difícil me sentir calma, esperançosa e paciente, quando parecia que tudo estava fora de meu controle.
Durante esse meu estudo dos livros da Ciência Cristã, deparei-me com este trecho em Ciência e Saúde: “Quando esperamos pacientemente em Deus e procuramos a Verdade com retidão, Ele direciona nosso caminho” (p. 254). Senti-me então menos assustada, pois eu sabia que, por ser Deus meu Pai-Mãe, Ele sempre me dá exatamente o que necessito, assim como todos os bons pais e mães fazem para os seus filhos. Orei, buscando compreender com mais clareza que o meu lugar, determinado por Deus, já estava estabelecido e, portanto, eu poderia ver essa verdade espiritual se manifestar de modo viável em minha vida. Mantive em meu pensamento a consciência de que na faculdade certa eu haveria de ser beneficiada e, ao mesmo tempo, minha presença também seria uma bênção para a escola.
Naquele período, visitei uma faculdade que eu não havia seriamente levado em consideração. Fiquei bastante surpresa, pois gostei muito de tudo, e as pessoas que lá conheci me fizeram sentir em casa, apesar de a faculdade ficar a vários mil quilômetros de casa. Vi muitos pontos favoráveis à decisão de ir estudar lá.
Ao voltar para casa, percebi intuitivamente que havia encontrado a faculdade certa para mim. Senti uma calma confiança de que eu estava sendo cuidadosamente conduzida e bem cuidada. Era como se a decisão não estivesse em minhas mãos. Mas de início rejeitei essas ideias, por achar que era melhor o meu plano de frequentar uma faculdade renomada.
Este é um fator que assusta quando participamos do processo seletivo: é difícil não fazermos uma escolha que não seja baseada no nome famoso da faculdade, seus programas e localização, ou em qual delas nossos amigos vão estudar. Eu hesitava devido a certos pontos que julgava importantes em uma faculdade, mas em um nível mais profundo eu sabia que uma escolha fundamentada naqueles dados não iria, a longo prazo, realmente me fazer feliz. O que eu queria era estudar em uma faculdade onde eu pudesse também colaborar de alguma forma, em vez de apenas pensar em mim mesma e em meu próprio benefício.
Ficou claro para mim que Deus estivera me guiando o tempo todo, mas eu estivera tão ocupada tentando teimosamente fazer meu próprio plano acontecer que, em vez de ficar agradecida, sentia-me desapontada e rejeitada. Ao relembrar-me das respostas negativas que recebi de algumas faculdades dos meus sonhos, subitamente me dei conta de que o que eu vira como sendo uma decepção fora na verdade uma bênção.
Essa compreensão acabou com aquela ideia fixa a respeito das faculdades nas quais eu não poderia estudar e me tornou mais receptiva à ideia de me matricular na escola que eu visitara e da qual gostara tanto. Assim, foi fácil optar pelo lugar onde me sentira completamente em casa.
Fiquei imensamente feliz por haver ido para onde fui, e tenho sido abençoada com muitas oportunidades de colaborar no campus. Agradeço mais ainda por haver aprendido que posso discernir a orientação divina, nela confiar e deixar-me guiar por ela.
