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Original para a Internet

Humildade

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 4 de dezembro de 2018


Um bom símbolo para a humildade é um raio de luz, não a figura de um capacho. Um raio de luz só pode existir em conjunto com sua fonte. Nunca existe sozinho. É sempre a expressão, a emanação, de sua fonte. É dessa mesma forma que o homem expressa a verdadeira humildade, por ele ser dependente de Deus, a Mente. O homem espiritual e perfeito da criação de Deus é, de fato, a emanação e a expressão de seu Criador. Ele manifesta e reflete as qualidades divinas. Ele não tem inteligência, vida nem existência separadas de seu Pai.

Aquele que compreende a humildade dessa forma constata que ela não o enfraquece, pelo contrário, ela o enobrece. Essa verdadeira humildade proporciona inspiração àquele que a pratica e aumenta suas capacidades. Ao manter-se consciente de que depende da Mente, ele fica tranquilo com o apoio e a força que sente. Ao voltar-se para a Mente em busca de inspiração, descobre ideias que partem de uma fonte inesgotável, que fluem para sua consciência, capacitando-o a manifestar originalidade, inventividade e criatividade.

Cristo Jesus demonstrou de maneira proeminente a maravilhosa característica da humildade. O Novo Testamento registra em várias passagens seu reconhecimento de que ele não era o poder responsável pelas notáveis obras que realizava. Sua constante comunhão com Deus, ouvindo sempre atento a orientação do Pai, foi o que lhe possibilitou realizar o seu trabalho. Já em sua infância, ele tratava dos negócios do Pai e, ao longo de toda sua vida, seu objetivo era fazer a vontade do Pai.

Quando Jesus curou um homem que estivera doente durante trinta e oito anos, seus oponentes, provavelmente por inveja de seu poder sanador, criticaram-no ostensivamente porque ele havia realizado a cura em dia de sábado. A resposta do Mestre foi: “...Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”, e isso só enfureceu ainda mais seus inimigos, “...porque [ele] não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”. Então, Jesus explicou: “Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz” (João 5:17–19).

É significativo o fato de que sua humildade causou uma nova acusação, a de que ele se igualava a Deus. Essa acusação foi típica da mente carnal, que é mentirosa e alega atuar, contando mentiras. A inveja, que é uma das características da mente carnal, obscurece a visão de tal modo que, para os invejosos, a mentira parece ser verdade.

Em outra ocasião, um homem veio até Jesus e se dirigiu a ele como “Bom Mestre”. Ele respondeu com estas palavras: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus” (Marcos 10:17–18).

Durante a última ceia, quando sua grandiosa carreira estava chegando ao fim, Jesus ensinou a seus discípulos várias lições importantes, entre elas, o fato de que a humildade é necessária. Depois da ceia, ele se levantou da mesa e lavou os pés de cada um dos discípulos. Ele explicou a lição da seguinte maneira: “Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós devereis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes” (João 13:13–17).

A humildade e a mansidão de Jesus o capacitaram a demonstrar a força e o poder para expulsar os cambistas do templo, para suportar a crucificação e ressurgir do túmulo com vida. Sua humildade o ajudou a manter sua unidade com o Amor e a Vida.

O gênero humano geralmente considera a humildade como uma manifestação de fraqueza, impotência, passividade. Esse é o falso senso de humildade, a crença de ser um capacho, e que vê o homem como um miserável pecador. A depreciação de si mesmo é uma forma de prática mental errônea, destrutiva, limitadora e que leva à estupidez. Isso não é humildade, é algo que desonra a Deus porque atribui a Ele uma criação inepta, incapaz.

Às vezes, um aspecto desse falso senso de humildade é encontrado em declarações, tais como: “Apenas deixe tudo para Deus e isso se resolve”. À primeira vista, isso parece indicar uma atitude muito humilde, mas também pode indicar um estratagema para deixar o homem de fora da situação. Em outras ocasiões, pode ser uma abordagem comodista. O homem é essencial para a situação. Sem o homem, Deus não estaria sendo expresso, tal como um sol sem seus raios.

Se houver algum problema que precisa ser resolvido, é necessário atuar. Nosso trabalho na Ciência Cristã não é feito meramente “deixando o problema para Deus”, mas sim, orando a fim de compreendermos nossa união com a Mente divina. A Mente já está mantendo a perfeita harmonia do universo. As leis de Deus estão em ação o tempo todo. Se surge um problema, precisamos trabalhar para sermos receptivos à Verdade, para deixar o Cristo despertar a consciência humana, a fim de que esta possa perceber a harmonia e a perfeição que a Mente criou e está mantendo. A inspiração, a inteligência e a energia para fazer esse trabalho provêm de Deus. O reconhecimento desse fato nos permite fazer o trabalho de forma eficaz e humilde.

Cada ser humano, individualmente, se defronta com a necessidade de autoaperfeiçoamento. Quanto mais humildemente isso for reconhecido, mais rápido será seu progresso. É preciso fazer uma clara distinção entre o homem perfeito da criação de Deus e o ser humano, cujo desempenho atual está muito aquém da perfeição. A humildade é necessária para detectar as deficiências. Se o tempo e a energia dedicados a criticar desnecessariamente nossos semelhantes fossem dedicados ao autoaperfeiçoamento e à imolação do ego, muito mais seria realizado.

Agradecer com simplicidade por um elogio merecido, quando reconhecemos que o trabalho realizado é o reflexo da Mente, demonstra humildade. No entanto, aceitar a mera bajulação à pessoalidade humana pode nos levar a uma espécie de estupor, à satisfação do ego.

Buscar desculpas para os próprios erros ou falhas do caráter é garantir que eles continuarão intatos. Às vezes, as falhas no caráter resultam em doença física, e faz-se necessária a disposição de examinarmos francamente nosso próprio pensamento e de abandonarmos tudo o que não é do Cristo, antes que a cura possa ocorrer. Em casos como esse, às vezes, vem a tentação de acreditar que o problema físico se deve, não ao nosso próprio pensamento errado, mas à prática mental errônea de outras pessoas. Nenhuma falha no caráter foi jamais sanada por ter sido varrida para debaixo do tapete do autoengano.

A humildade é muitíssimo necessária no trabalho de cura da Ciência Cristã. Quem desejaria ir sozinho até o leito de um paciente que parece gravemente doente, acreditando que a cura depende do seu próprio esforço humano, sem nenhuma ajuda? Quão pesado pareceria esse fardo de falsa responsabilidade! Contudo, ir sabendo que não vamos sozinhos, mas sim como representantes de Deus, conscientemente sustentados pelo Amor divino, que é de fato o verdadeiro poder sanador, significa ir com humildade e confiança.

Para progredirmos, é necessário o reconhecimento humilde e consciente de quanto ainda temos a aprender sobre a Ciência Cristã. A mera familiaridade com as palavras do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, não significa necessariamente que compreendemos muito do que o livro-texto ensina. Dar-nos por satisfeitos com um pouco de compreensão equivale a fechar a porta ao progresso. Vislumbrar o infinito panorama de ideias que se estende à nossa frente e decidir aprender e praticar mais a verdade assegura nosso progresso.

Nossa Líder nunca duvidou do valor desse grande livro, ela estava, porém, modestamente ciente de que não o havia escrito sozinha, mas com a ajuda da inspiração divina. Ela mesma continuou sendo uma atenta estudiosa do livro e, em certas passagens, indica sua própria necessidade de mais compreensão. Em Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896,ela diz: “A humildade é a lente e o prisma da compreensão da cura pela Mente; temos de possuir essa humildade a fim de compreender nosso livro-texto; ela é indispensável para o crescimento pessoal e assinala o mapa do Princípio divino de tal cura e da regra de sua prática” (p. 356).

Para o Cientista Cristão, a comunhão não é um rito religioso, mas sim, é a comunhão diária com a Mente divina, é ouvir humildemente a orientação divina. Tal comunhão leva à demonstração do poder divino e à felicidade de estar a serviço de Deus. Voltando-nos com confiança infantil ao nosso Pai-Mãe Deus, nós resplandecemos com a radiância da Verdade, da Luz que é a fonte divina e inexaurível do homem. Essa é a verdadeira humildade. Nossa Líder diz: “A Mente, jubilosa na sua força, permanece no reino da Mente. As ideias infinitas da Mente correm e se alegram. Em humildade, escalam as alturas da santidade” (Ciência e Saúde,p. 514).

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