A fidelidade é um dos mais belos traços do caráter cristão, classificada lado a lado com a honestidade, a pureza e a humildade. Cristo Jesus deu maravilhosas provas de fidelidade, pois nunca, em toda a história da humanidade, houve alguém tão fiel como ele aos preceitos que ensinava e aos amigos que amava. Momentos antes da Última Ceia, conforme lemos na narrativa bíblica de João 13:1, “sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” ― ou seja, ao “ao máximo”. Era exatamente isso o que se esperava daquele que compreendeu tão completamente e refletiu tão perfeitamente o Princípio divino, o Amor.
Cristo Jesus foi a corporificação visível de tudo o que era digno de honra. É significativo observar que em todos os aspectos de sua vida ele sempre demonstrava completa obediência ao Decálogo, cuja lei ele reconhecia como obrigatória para todos os que aceitavam o que ele ensinava. Embora ele tenha dado ao mundo seus dois grandes mandamentos, de amor a Deus e de amor ao homem, ele manteve os Dez Mandamentos em toda a sua plenitude, procurando não excluir uma única sílaba deles. Ele era fiel, em todos os detalhes, à lei espiritual revelada; e esse fato explica a sublimidade de seu caráter, em todos os pormenores.
O Cientista Cristão, por ser seguidor do grande Nazareno, está profundamente consciente do valor da fidelidade. Ele recebeu da Ciência Cristã o inestimável dom da compreensão espiritual, e sabe que, para demonstrar essa compreensão, mesmo em pequeno grau, ele tem de ser fiel a ela. Por conseguinte, o Cientista Cristão se esforça para se manter firme no conhecimento que tem de Deus, da lei de Deus e da criação de Deus, isto é, o homem. Portanto, como aquele que mostrou o Caminho, ele também se empenha em ser obediente à sua mais elevada compreensão espiritual.
São muitas as tentações que procuram seduzir o Cientista Cristão e afastá-lo de seu firme propósito. Pode parecer que o materialismo nunca esteja muito distante, com seus sutis argumentos sensuais, buscando afastá-lo da pureza do senso espiritual. Aliás, esse mesmo falso senso material sugeriria que não é necessário que ele siga rigorosamente o exemplo do Mestre, mas que ele possa, por exemplo, usar remédios materiais, junto com a oração, para curar os enfermos. Em outras palavras, a mente mortal o faria trair sua elevada confiança, faria com que ele se tornasse infiel a essa confiança e minaria sua fidelidade ao Princípio divino. Em Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, (p. 270), a Sra. Eddy escreve: “Não podemos dar as costas ao seu santo exemplo — não podemos deixar o Cristo em favor das escolas que o crucificaram, e, apesar disso, segui-lo na cura. A fidelidade a seus preceitos e à sua prática é o único passaporte para chegar ao seu poder; e a vereda da bondade e da grandiosidade passa pelos meios e métodos de Deus”.
Qual seria o resultado, se os Cientistas Cristãos fossem infiéis aos ensinamentos de Cristo Jesus e aos de nossa Líder? O movimento da Ciência Cristã deixaria de existir ― precisamente o que a mente mortal gostaria que ocorresse. E então o mundo perderia de novo a cura por meio do Cristo. Não deveriam, então, os Cientistas Cristãos estar em guarda para que nada possa diminuir sua fidelidade ao Princípio divino? Não deveriam eles estar sempre atentos para que nenhuma forma de mal obscureça sua fidelidade para com o que eles compreendem ser a verdade absoluta sobre Deus e Sua criação? Pode-se dizer que o mundo está hoje dividido em dois grandes campos: o que permanece firme no Princípio e o outro, em grau maior ou menor, oposto a ele. Quão necessário é estar do lado do Princípio! Pois aí é que se encontra o único poder que pode regenerar a humanidade.
A fidelidade é necessária para o crescimento na Ciência Cristã. “Deves pôr em prática de forma correta o que sabes”, escreve nossa amada Líder em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, “e então progredirás em proporção à tua honestidade e fidelidade ― qualidades que asseguram o bom êxito nesta Ciência; ...” (p. 449). Essas palavras se aplicam a todos os estudantes da Ciência Cristã, tanto aos mais adiantados quanto aos principiantes. Com que frequência o Cientista Cristão, em seus esforços para curar um doente, aconselha que seu paciente seja fiel em sua adesão ao que quer que ele compreenda a respeito da Verdade, assegurando-lhe que, por sua fidelidade, ele progredirá a uma compreensão maior, acelerando assim sua cura! Essa é uma ocorrência comum. E como é maravilhoso ver os resultados dessa fidelidade! Pois sob sua influência o sofredor se torna mais receptivo à verdade e perde proporcionalmente seu senso de sofrimento.
A fidelidade sempre receberá sua recompensa. A Sra. Eddy escreve a esse respeito: (Miscellaneous Writings, p. 341): “A fidelidade encontra recompensa e força no propósito elevado. Procurar não é suficiente para se chegar aos resultados da Ciência: tens de esforçar-te; e a glória do esforço vem da honestidade e da humildade”.
