No outono do ano passado, houve incêndios que se espalharam descontroladamente pela Califórnia e ocuparam os noticiários durante meses, fazendo com que bombeiros até de lugares longínquos como a Austrália fossem trazidos para conter o fogo. Os incêndios mais violentos, a oeste das Montanhas Sierra Nevada, continuaram descontrolados durante várias semanas. Durante esse período, os ventos espalharam a fumaça para o leste, acima das montanhas, e o ar ficou preso no Vale Owens, onde eu moro. Por mais de um mês, as reportagens locais informavam que a qualidade do ar não estava saudável. Aonde quer que eu fosse, as pessoas expressavam medo de que a qualidade do ar as estivesse afetando, ou de que iria seguramente afetá-las de maneira prejudicial.
Por ter vivenciado, pela Ciência Cristã, cura dos efeitos de mordida de aranha, resfriados, gripe, dor nas costas e artrite, ao longo dos vários anos desde que conheci essa Ciência, eu sabia que era importante proteger o pensamento contra o medo e as imagens de sofrimento. Lembrei-me desta orientação que Mary Baker Eddy escreveu em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Monta guarda à porta do pensamento. Admitindo somente aquelas conclusões cujos resultados desejas ver concretizados no corpo, tu te governas harmoniosamente” (p. 392).
Assim que foi identificado que a causa da poluição do ar eram os enormes incêndios que se espalhavam por toda a Califórnia, eu também comecei a orar, como muitas outras pessoas, para que terminassem os incêndios e a qualidade ruim do ar. Minhas orações para todos incluíram as verdades espirituais que eu havia aprendido por meio do meu estudo da Ciência Cristã e que eu estava aplicando para proteger-me a mim também. Afirmei que meu verdadeiro existir é a reflexão, o reflexo, de Deus, o Espírito, e que, por isso, eu não podia ser atingida de maneira nociva por nenhuma condição material. Eu sabia que isso era verdadeiro para todos.
Orei para compreender mais profundamente que nEle, em Deus, “...vivemos, e nos movemos, e existimos...” (Atos 17:28). Em uma reunião de testemunhos de quarta-feira, na minha igreja, um membro mencionou estas palavras do Hinário da Ciência Cristã:
Amor, em ti vivemos nós,
Em Ti respira o ser,
Mas os sentidos materiais
Procuram nos deter.
(Hino 144, adapt. e trad. da letra em inglês © CSBD)
Agarrei-me a essa ideia dia após dia. Toda vez que eu sentia, ainda que fosse um indício, do efeito nocivo da poluição, eu permanecia inabalável na verdade de que eu estava perfeitamente protegida pelo Espírito e habitando no Espírito, “...no esconderijo do Altíssimo...” (Salmos 91:1). Com alegria, continuei a fazer minhas caminhadas diárias e a nadar semanalmente, afirmando que todos são livres do sofrimento, liberdade essa outorgada por Deus.
Fiquei muito grata à Ciência Cristã, que, quando aplicada com fé a uma situação específica, impede que sejamos prejudicados pelas condições materiais, porque nos dá a compreensão de que o reino de Deus está presente aqui e agora, é totalmente harmonioso, espiritual, e não material. Embora por muitas semanas a qualidade do ar não tenha mudado, eu nunca senti nenhum efeito físico que não fosse apenas passageiro. Além disso, ao contrário do que eu havia visto anteriormente no contato com outras pessoas, percebi que o medo concernente à qualidade do ar havia acalmado, e não me deparei com ninguém que estivesse visivelmente afetado pela condição atmosférica.
Durante aqueles dias, orei diariamente, compreendendo que não existe nenhuma oposição para Deus, o Amor divino, e que, como Ciência e Saúde afirma: “Não existe a fúria vã da mente mortal — expressa por terremoto, vento, onda, raio, fogo, ferocidade bestial — e essa mente, assim chamada, se destrói por si mesma” (p. 293). Mantive firme no pensamento a verdade de que Deus é Tudo-em-tudo e que, por isso, não existe nada oposto a Ele. Simplesmente não pode haver outro poder.
Além disso, agarrei-me à verdade de que todos os bombeiros e todos aqueles que viviam na área onde os incêndios se espalharam estavam a salvo sob o terno cuidado de Deus. Para apoiar minhas orações, li muitos artigos no site JSH-Online, a respeito da proteção de Deus contra desastres ou acidentes, e de como podemos orar para permanecer intocados pelas circunstâncias nocivas. Um artigo especialmente importante para mim foi “ ‘O cheiro de fogo’ ” (publicado em inglês na edição de março de 1920 do The Christian Journal e, em português, no site dO Arauto da Ciência Cristã, em 24 de julho de 2014). Li esse artigo bem devagar, relacionando-o à minha situação.
Apesar da atmosfera densa e opaca, minha alegria e gratidão a Deus aumentavam a cada dia, pois crescia a minha certeza de que a matéria não tem poder real para prejudicar nem a mim nem a ninguém, e de que o homem verdadeiramente habita no Espírito. Assim como o óleo e a água não se misturam, a existência espiritual nunca se mistura com a suposta existência material. Fui receptiva a essa oportunidade de ficar firme nas promessas de Deus e de seguir de maneira mais fiel esta orientação da Sra. Eddy: “Enfrenta toda circunstância adversa com autoridade” (Ciência e Saúde, p. 419).
Embora o ar denso e pesado tenha persistido por algumas semanas, percebi que minhas próprias orações e as dos outros estavam ajudando naquela situação. Os noticiários começaram a informar uma melhora gradual com o passar dos dias e semanas. Por fim, o ar clareou, e muitos incêndios se extinguiram por si próprios.
Sou muito grata pelo relato bíblico em que Jesus acalma a tempestade (ver Mateus 8:23–27) e pela garantia que ele nos deu de que podemos seguir seu exemplo de cura (ver João 14:12). Seus ensinamentos e obras nos encorajam a eliminar o medo às condições ambientais e a exercer o domínio que Deus nos deu sobre a terra.
