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Original para a Internet

Desânimo

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 8 de março de 2018


Lemos na Bíblia que houve uma ocasião em que Moisés ficou desanimado. Apesar das inumeráveis provas que ele tivera do poder que Deus tem para salvar, até mesmo diante do que parecia um desastre arrasador, Moisés começou a se sentir tão completamente esgotado, que desejou morrer. Isso porque os filhos de Israel estavam novamente se queixando. Ao que parece, eles estavam cansados de comer maná. As lembranças “dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos” do Egito lhes traziam profundo descontentamento e eles clamavam: “Agora, ... seca-se a nossa alma, e nenhuma coisa vemos senão este maná... Então, Moisés ouviu chorar o povo por famílias, cada um à porta de sua tenda”.

Essa não foi a primeira vez que eles se rebelaram. Repetidas vezes eles haviam se queixado amargamente de seu fiel líder, por tê-los tirado de seus capatazes egípcios para afinal deixá-los morrer no deserto. Mas também, muitas vezes, suas queixas haviam se transformado em canções de alegria quando a emergência do momento era enfrentada e vencida. Mas, desta vez, a voz de suas lamentações parecia penetrar na consciência de Moisés, fazendo-o sentir tamanho desânimo, que ele só conseguia clamar, em seu sofrimento: “Donde teria eu carne para dar a todo este povo? ... mata-me de uma vez, eu te peço, ... e não me deixes ver a minha miséria”.

Um conferencista da Ciência Cristã denominou o desânimo de uma forma muito adequada, como “a ferramenta mais útil do diabo”, visto que essa pequena ferramenta muitas vezes pode abrir um caminho no qual tudo o mais falharia. Um homem desanimado está mentalmente incapaz de pensar claramente. Enquanto ele está paralisado pelo desânimo, em um estado de apatia e desamparo, um bando de pensamentos errôneos, invisível para ele, entra por essa porta aberta em sua consciência que o senso mortal de descontentamento e de desânimo abriu. Foi assim com Moisés e pode ser assim com alguns de nós. Se alguém, que esteja lutando contra um senso semelhante de depressão mental, estudar o incidente mencionado acima, relatado na Bíblia no capítulo 11 de Números, isso talvez lance alguma luz sobre seu próprio problema, pois a fase de pensamento pela qual ele está passando muito provavelmente seja a mesma que atacou a Moisés, visto que a mente mortal mudou muito pouco seus métodos de ação desde o dia em que ela ouviu as sugestões lamuriosas de que algo estava faltando para que sua felicidade fosse completa.

Em primeiro lugar, se analisarmos um pouco a situação, veremos que Moisés estava lutando com um senso muito exacerbado de sua própria responsabilidade pessoal. Isso é comum a um homem que está desanimado. Ele se esquece de que a batalha não é dele, mas de Deus. Ele acha que está fazendo alguma coisa e que a está fazendo sozinho. “Donde teria eu carne para dar a todo este povo?” perguntou Moisés, “Pois chora diante de mim, dizendo: Dá-nos carne que possamos comer”. Não admira que ele estivesse desanimado. Ele estava olhando para Moisés, não para Deus. Consequentemente, as palavras que ele diz a seguir não nos surpreendem: “Eu sozinho não posso levar todo este povo, pois me é pesado demais”.

Muitos mortais estão hoje labutando ao longo da estrada da vida sob essa mesma impressão. Eles acham que estão carregando um fardo com sua própria força humana limitada e estão clamando por causa disso. Mas, depois de algum tempo, eles se lembrarão de que o governo pertence à ideia-Cristo, não ao senso humano. O fardo de modo algum é nosso, mas de Deus, e não precisamos carregá-lo nem um momento a mais do que o tempo que levamos para compreender esse fato simples, porém, estupendo. Teria Moisés, com sua própria sabedoria, livrado os filhos de Israel da terra de Faraó? Teria sido por causa dele que o mar Vermelho se dividiu, que a água jorrou da rocha, que as águas amargas de Mara se tornaram doces para a multidão sedenta? Teria Moisés fornecido o maná, ou instruído a coluna de nuvem durante o dia e de fogo durante a noite sobre quando e onde se deter? Em suma, era Moisés que estava guiando os israelitas rumo à terra prometida, ou era Deus?   

Existe, é claro, uma responsabilidade que é nossa, mas ela é apenas a de nos mantermos tão próximos de Deus, que sempre saberemos o que fazer. Quando agimos dessa maneira, constatamos, sem qualquer sombra de dúvida, que “O Amor inspira, ilumina, designa o caminho e nele nos guia” (Ciência e Saúde, p. 454). Quando vivemos próximos de Deus e aprendemos a distinguir claramente entre a voz da Verdade e as alegações do erro, então não cometemos nenhum erro. Deus está continuamente falando e Sua sabedoria é suficiente para todas as emergências. Nossa única responsabilidade é ouvir e obedecer.

Às vezes, através da porta aberta pelo desânimo, entra de mansinho mais um inimigo da paz e da felicidade, que é chamado de autocondenação. Na verdade, essa autocondenação está tão estreitamente ligada ao desânimo, que eles praticamente entram de mãos dadas. Com frequência, encontramos o homem desanimado dedicando grande parte de seu tempo bom e valioso a comparar-se com outras pessoas, mas sempre em desvantagem com relação a elas, sempre repisando seus fracassos e magnificando seus erros passados. Com amargura ele condena a si mesmo por não ter realizado tudo o que havia se proposto a fazer e olha com sentimentos mesclados de inveja para o homem do outro lado da rua que parece ter realizado mais do que ele. Shakespeare foi de fato sábio, quando escreveu: “As comparações não cheiram bem”.Na verdade, por que razão deveríamos nós nos comparar com qualquer outra pessoa, quando nossa necessidade real é nos esforçarmos a cada dia para nos aproximarmos mais daquele exemplo de perfeição que nos foi estabelecido, de uma vez por todas, por Cristo Jesus?

Até mesmo Jesus nunca condenou ninguém; ele apenas disse à mulher que havia pecado: “Vai e não peques mais”. A autocondenação nunca leva ninguém a lugar nenhum. Ela simplesmente mantém o individuo imobilizado, aparentemente enraizado no local onde sua colheita de erros passados está criando feios brotos, tais como insistentes ervas daninhas. Elas vivem somente enquanto olhamos para elas. Portanto, aquele que for sábio e cessar suas sombrias contemplações depois de ter feito todas as correções possíveis de seus erros, e tomar a resolução de, na força do Cristo, ou seja, da Verdade, nunca mais repetir a ofensa, ele então poderá seguir em frente. Temos sempre o dia de hoje para melhorar nossa maneira de ser. Agradeçamos a Deus por isso!     

Quando somos gratos a Deus, logo constatamos que essa é uma das maneiras mais eficazes de superar o desânimo, pois não existe nenhum estado mental mais absolutamente destrutivo para o desânimo do que a gratidão. Quando um homem que anseia fazer o melhor é grato a Deus por benefícios já recebidos, o desânimo nem sequer se dará ao trabalho de subir as escadas de sua casa mental e espiar pela janela. E todos nós temos muito pelo que ser gratos! Nos Estados Unidos, uma vez por ano um dia especial é reservado para as pessoas se reunirem em suas igrejas e renderem graças ao Doador de todo o bem. Embora para o Cientista Cristão todos os dias do ano sejam um dia de ação de graças, mesmo assim ele gosta de se reunir com seus colegas em expressões audíveis de regozijo, para contar a respeito da coluna de nuvem durante o dia e de fogo durante a noite, que ainda os está guiando para fora da escuridão das crenças materiais, rumo à terra de luz e liberdade. Moisés não teria orado pedindo para morrer, se tivesse se lembrado dos quarenta dias e noites no monte Sinai, quando a glória da presença de Deus de tal maneira o envolveu que, ao retornar para o seu povo, ele teve de cobrir o rosto com um véu. Nessa ocasião, ele não estava pensando em Moisés. A Bíblia nos diz que ele não sabia que seu rosto resplandecia.

Como Moisés, hoje também há aqueles que tiveram seus quarenta dias e noites sobre o monte. Eles também vislumbraram algo da glória divina que veio a eles na demonstração e, por um longo tempo depois, a maravilha dessa demonstração permaneceu no rosto deles, trazendo-lhes um resplendor que não era da terra e que naquele momento lhes parecia que não poderiam jamais esquecer. Portanto, que todo coração em dúvida crie ânimo. Que cada um de nós comece a pensar sobre nossas bênçãos, sendo a maior delas esse pensamento mais amplo sobre Deus e Seu terno amor todo-abrangente. Alegremo-nos com o fato de que temos algo para dar, ou seja, essa simples e salvadora verdade da Ciência divina, que tanto enriquece nossa própria vida; alegremo-nos com o fato de que sempre existem oportunidades para falar sobre essa verdade, e de que sempre há tantos corações esperando e ansiando por recebê-la. Alegremo-nos com o fato de que podemos nos juntar à grande canção da colheita de ação de graças, embora ainda não possamos ver a solução completa para todos os nossos próprios pequenos problemas.

Então, à medida que “pensarmos nessas coisas”, nessas coisas que são verdadeiras, e justas, e puras, e amáveis, e de boa fama, como o apóstolo as descreve, elevaremos nossos olhos tão jubilosamente e tão espontaneamente como uma flor se eleva para o sol, pois nas asas da gratidão aquela visão do monte vem a nós. Deus realmente é bom para nós. E não podemos nós confiar nEle sempre? À medida que nosso rosto brilha de novo com a doçura da lembrança da bondade divina, todo fardo de desânimo silenciosamente se desprende dos nossos ombros, e ficamos felizes e livres. 

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