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Original para a Internet

Defesa diária

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 4 de janeiro de 2018


Para os Cientistas Cristãos é um agradável privilégio, bem como um solene dever, obedecer às Regras e Artigos do Manual dA Igreja Mãe, de autoria de Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, e assim usufruir da proteção que eles proporcionam. Um dos artigos, sob o título “Vigilância quanto ao dever”, diz: “Será dever de todo membro desta Igreja defender-se diariamente de sugestões mentais agressivas, e estar vigilante para não esquecer nem negligenciar seu dever para com Deus, para com sua Líder e para com a humanidade. Segundo as suas obras será julgado — e justificado ou condenado” (Manual dA Igreja Mãe, Cap. VIII, Art. 6 ). 

A recomendação, portanto, é de se defender, não de forma casual ou ocasional, não após o aparecimento do perigo ou quando sentimos seu impacto, mas sim de adotarmos uma defesa diária, sistemática, contra o erro. A sequência das prioridades é importante. Nosso primeiro dever é para com Deus, o segundo para com nossa Líder, e o terceiro para com a humanidade. Na medida em que essa ordem for preservada, sentiremos a firme segurança da verdadeira saúde, felicidade e atividade proveitosa.

O que significa “sugestão mental agressiva”? Na Ciência Cristã, essa expressão designa qualquer alegação ou insinuação de que haja outro poder além de Deus, o bem. Devemos, portanto, reconhecer diariamente que o homem está imune a atitudes errôneas, tais como depreciar-se a si mesmo ou considerar-se extremamente importante, pois só Deus é o Criador e só a Deus pertence toda a glória. Somos impelidos a recusar entrada aos murmúrios silenciosos da mente mortal os quais por um lado induzem à indiferença ou à apatia e, por outro, a um senso de responsabilidade pessoal ou de retidão própria. Deveríamos, diariamente, estar especificamente conscientes de que nenhum mal, ainda que seja sob a forma de insinuações veladas que estimulem pequenos e banais ressentimentos e vaidades, pode contaminar o pensamento ou invalidar a semelhança do homem com Deus. A sugestão mental agressiva por vezes ruge como um leão, espalhando terror e dispersando esforços. Com mais frequência, porém, vem tão silenciosamente, que precisamos estar na defensiva para não atribuir suas mensagens aos impulsos de nosso próprio coração.

Deve ser destacado que, seja qual for a alegação errônea — questões pessoais, hereditariedade, ditames da medicina, crenças teológicas, aspectos econômicos — a sugestão mental agressiva não possui vida autêntica, nem vitalidade, nem presença verdadeira e, portanto, não possui nenhuma força real. Quando nos submetemos inteiramente a Deus, o bem, reconhecendo que Ele é todo o poder e toda a presença, não sobra espaço algum para a fé em métodos errôneos de cura ou para o medo das imposições do mundo. Contudo, embora a sugestão mental agressiva não seja uma identidade consciente, isto é, não tenha mais consciência do que um grão de poeira, ela precisa ser vencida no pensamento individual. A não ser que nosso próprio pensamento a acate, ela é inofensiva. Só quando nos desviamos do pensamento puro é que damos acolhida a algum erro generalizado, e reproduzimos, aparentemente, suas desarmonias, tal como o microfone amplifica sussurros. É a tendência temperamental sem disciplina que serve de porta de entrada para esses sussurros da mente carnal.

Pela mesma lógica, cada pensamento correto é uma abertura pela qual as hostes do céu derramam suas bênçãos. Uma defesa infalível consiste em escolher apenas conceitos puros e perfeitos. A Sra. Eddy afirma claramente: “Ninguém pode aceitar as crenças de outrem a não ser que sua própria crença o consinta. Se o erro que bate à porta de tua própria consciência veio da mente de outras pessoas, tu tens a liberdade moral de rejeitar ou aceitar esse erro. Portanto, tu és o árbitro de teu próprio destino, e o pecado é o autor do pecado” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 18831896, p. 83).  

Nosso dever para com Deus consiste em aceitar o fato de que Ele é nossa Vida. Com isso, confiamos a Ele cada desejo nosso, aprendemos a permanecer calmos sob a Sua mão. A consciência plena de que essa relação jamais é interrompida, constitui não só nosso dever para com Deus, mas também é nossa proteção e defesa seguras. Isso ficou comprovado na experiência de um jovem oficial, durante a Segunda Guerra Mundial. Por muitos meses, ele havia se apegado diariamente, por vezes a toda hora, à verdade sobre o controle benéfico de Deus e ao seu corolário, isto é, de que o homem, como reflexo de Deus, está sempre em seu lugar certo. Na véspera da Batalha das Ardenas, inesperadamente, foi-lhe apresentada a escolha entre duas posições: voltar à retaguarda protegida, na sua qualidade de oficial de serviços especiais, ou ir para a linha de frente. Respondeu sem titubear: “Irei para a linha de frente”.

O combate foi terrível, acima de qualquer descrição, e o terreno plano não oferecia nem sequer a proteção de trincheiras; mas o Cientista persistiu mentalmente na afirmação de que, se Deus o pusera no lugar certo durante toda a sua vida, ele se encontrava ainda em seu lugar certo. Deus não podia estar ausente agora. Quando a batalha terminou, ele e seus companheiros mais próximos observaram que as bombas haviam aberto crateras em um círculo ao redor deles, sem que sequer um fio dos seus cabelos houvesse sido tocado. “Pois eu lhe serei, diz o Senhor, um muro de fogo em redor e eu mesmo serei, no meio dela, a sua glória” (Zacarias 2:5). Não é o lugar em que estejamos, nem o que outros à nossa volta pensem ou façam, que constitui perigo ou proteção mas, como diz a Bíblia sobre o homem: “...como imagina em sua alma, assim ele é” (ver Provérbios 23:7). 

A Igreja de Cristo, Cientista, que nossa Líder fundou, com seus periódicos, Salas de Leitura, conferências autorizadas, atividades e instituições filantrópicas, praticistas registrados, Escolas Dominicais e o Curso Primário da Ciência Cristã, constitui evidência visível da Verdade revelada pela Sra. Eddy. Nós, pelo menos em parte, resgatamos nossa dívida de amor e nosso dever para com ela quando nos unimos À Igreja Mãe e a uma igreja filial.

A participação ativa no trabalho de uma igreja filial traz proteção e defesa sem medida. Inúmeras pessoas testificam de que alcançaram um conceito mais vivo de democracia, após haverem se tornado membros da Igreja de Cristo, Cientista, e ampliaram cada vez mais seus horizontes com relação à saúde, à alegria e a sentir-se útil, além de constantemente aprofundarem sua compreensão a respeito da direção infalível de Deus. Em questões pessoais, os obstáculos são vencidos por meio da lealdade à instrução do Manual de não negligenciar nem esquecer nosso dever para com a liderança da Sra. Eddy, manifesta em seus escritos inspirados e por meio de sua Igreja.

Estamos nós alerta, defendendo-nos diariamente contra a sugestão mental agressiva que nos faria esquecer ou negligenciar nosso dever para com a humanidade? Por vezes, parece-nos necessário ir aos vales da crença mortal e lá expressarmos amor. Acaso o bom samaritano não foi ter com o homem ferido, ali onde o homem estava? Ver o ponto de vista de outrem e satisfazer a necessidade humana, sem comprometer o elevado idealismo espiritual da Ciência Cristã, é possível para o coração puro e é um esforço compensador. Contudo, só o reflexo do Amor divino consegue fazer isso. A retidão própria e o orgulho passam de largo, a inveja fere às escondidas, mas o amor prepara abertamente o desjejum às margens do mar da Galileia, em toda experiência humana.

Bem podemos examinar-nos honestamente e ver se amamos apenas de uma determinada maneira, ou só até certo ponto. O amor não é sincero enquanto não superamos todo e qualquer vestígio do sentimento de que alguém esteja em dívida conosco. Todo o bem procede do Pai. Sempre consciente de sua filiação divina, Cristo Jesus nunca se deixou irritar com o tratamento cruel recebido de outros. Ele amava. Apenas o amor espiritual, que atende à necessidade humana de cura para todos os males “de que a carne é herdeira”, cumpre nosso dever para com a humanidade.

O trabalho de defesa diária não é nem misterioso, nem árduo. A proteção tríplice contra qualquer agressão do mundo, da carne e do diabo, contra o pecado, a doença e a morte, procede de um tríplice amor — amor a Deus, amor à nossa Líder, e amor ao nosso próximo. À medida que o pensamento mortal centrado no ego cede à verdade de que Deus criou tudo, sentem-se somente os efeitos desse bem original. Deus fez o homem reto, completo, gloriosamente incapaz de incorrer em perigo ou passar por alguma insuficiência. Não temos de fazer com que o homem se torne perfeito, pois ele já é perfeito. Necessitamos, isso sim, reconhecer esse fato, afirmá-lo e provar que o homem é tão isento de mácula, quanto a luz é isenta de escuridão. A luz não prepara a já traçada estrada da montanha, mas torna visíveis tanto a estrada quanto o precipício, para que a travessia seja feita em segurança.

Um dever cumprido sem alegria é servidão; prazeres que não levam em conta as responsabilidades são um convite à frustração. Mas o Amor faz do dever uma oportunidade de regozijo e torna a alegria inevitável. Para o estudante da Ciência Cristã que vai amadurecendo, o dever de se defender diariamente logo se converte em uma satisfação espontânea, e aquilo que ele empreendeu como um jejum voluntário se transforma em jubilosa festa — um desjejum espiritual diário, preparado pelo Amor.

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