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“A coincidência humana e divina”

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 5 de novembro de 2018


No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, sua autora, Mary Baker Eddy, escreve o seguinte: “João viu que a coincidência humana e divina, evidente no homem Jesus, era a natureza divina abraçando a natureza humana, na Vida e sua demonstração ― tornando perceptível e compreensível aos homens a Vida que é Deus. Na revelação divina, o ego material e corpóreo desaparece, e a ideia espiritual é compreendida” (p. 561). Com relação a Cristo Jesus, os relatos do Evangelho são breves, mas não insignificantes. Eles mostram o caráter e a obra do Messias. Transbordam de orientações e exemplos de como trazer para a experiência humana o poder da coincidência divina. Jesus, o Cristo, falava como Deus o inspirava, agia como Deus lhe ordenava. O reflexo da Mente divina constituía todo o seu existir, a ponto de ele poder dizer: “...o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz” (João 5:19). Aqui está uma afirmação de união, de coincidência com Deus, tão completa e tão vívida que toda a cristandade, reconhecendo-a de forma mais ou menos clara, a aceitou como o caminho salvador para toda a humanidade.

A lógica da Ciência Cristã fundamenta todo o seu ensino sobre o fato de que Deus é uno e é tudo, conforme está revelado nas Escrituras. Partindo dessa premissa, a Ciência Cristã avança para revelar que a onipresença de Deus, na qualidade de Mente divina, sustentando Sua criação espiritual, exclui, como a luz exclui a escuridão, qualquer possível realidade ou verdade no suposto senso material de que exista uma criação oposta. O que parece ser existência material é apenas a crença material alegando se concretizar como experiência mortal, e é simplesmente uma negação, como um erro numérico está para a matemática. Não pode haver nenhuma assimilação de um erro matemático na ciência dos números: o erro é rejeitado pelo fato real. Da mesma forma, Deus, o Princípio divino de toda a existência, torna impossível que seja real tudo aquilo que não está de acordo com Sua própria perfeição.

Portanto, na coincidência da realidade divina com o senso humano, não há nenhuma fusão do humano com o divino. Eles não se fundem um no outro. Eles não podem combinar como se ambos fossem reais. Eles parecem se misturar naquilo que é considerado o bem humano, mas isso é apenas aparência. A coincidência ocorre não como mistura do humano com o divino, mas como substituição do humano pelo divino.

O que realmente ocorre, então, na demonstração dessa coincidência? Não ocorre nenhuma mistura, nenhuma fusão, trata-se simplesmente daquilo que é divino satisfazendo e atendendo ao desejo correto, dissolvendo, purificando e rarefazendo a crença mortal, que é uma total falsificação. O mortal se rende ao divino. A resposta divina é sua própria presença, poder, autoridade, que dissipa a vanglória material do mal, na medida em que o indivíduo, por anelo espiritual, estiver pronto a abandoná-lo.

A impossibilidade de haver uma fusão do real com o irreal fica clara no exemplo apresentado no livro-texto da Ciência Cristã, na página 282. Ali a Sra. Eddy compara a Mente divina e seu oposto, a chamada vida e mente materiais, a uma esfera e a uma linha reta. Ela escreve: “Uma linha reta não encontra ponto de apoio em uma curva, e uma curva não se ajusta a uma linha reta. Do mesmo modo, a matéria não tem lugar no Espírito, e o Espírito não tem lugar na matéria. A Verdade não tem morada no erro, e o erro não tem ponto de apoio na Verdade. A Mente não pode passar a ser não-inteligência e se tornar matéria, assim como a não-inteligência não pode se tornar a Alma. Em nenhum ponto podem esses opostos misturar-se ou unir-se. Ainda que pareçam tocar-se, um é sempre uma curva e o outro uma linha reta”.

Como analogia paralela, uma moeda falsa pode parecer genuína, mas não tem nenhuma relação com a verdadeira. Ela não se origina da mesma fonte, não tem valor algum, não é avalizada pelo governo nem pela casa da moeda. Para livrar a comunidade de toda confusão, a cédula falsa não é salva, melhorada, ou mesclada à moeda verdadeira. Ela é denunciada, repudiada, abandonada: é posta fora de circulação pelo lançamento da moeda real. Então a moeda verdadeira é reconhecida e usada, e tudo fica bem.

Em nome da salvação, o pensamento popular tenta melhorar e salvar o mortal, que não passa de uma falsificação. Toda a educação material tenta misturar o falso com o real e assim perpetua a confusão. Somente a Ciência Cristã ensina que a falsificação, a mortalidade, não pode ser salva, mas tem de ser descartada em favor da realidade. A compreensão espiritual deve encontrar e reconhecer o homem como ele realmente é, o filho de Deus, e saber que em realidade existe apenas esse único homem. À medida que essa transformação do pensamento individual continua, a perfeição espiritual assim reconhecida e compreendida estabiliza cada vez mais o bem humano, e a retidão nos assuntos humanos encontra um fundamento mais seguro.

Existe alguma perda nesse processo de transformação? Não, porque a vida, o existir, a individualidade, são e sempre foram espirituais, sempre estiveram no Espírito, nunca na falsificação. O homem não se perde, mas encontra a si mesmo nesse despertar. A mentalidade mortal, com suas crenças na matéria, nunca foi o homem. A Ciência Cristã desmascara a falsificação e revela o real.

O falso senso de vida na matéria inclui tudo o que se apresenta como concepção, nascimento, crescimento, maturidade e eventual decadência do mortal. Esse desfilar de crenças não é o homem ― nunca foi e nunca será o homem, e nunca pode se aperfeiçoar e tornar-se o homem real. A mortalidade nunca discerniu, nunca possuiu a existência espiritual. O homem real, a criação de Deus, o reflexo dEle, inclui tudo o que é semelhante a Deus: o existir espiritual imorredouro, indestrutível. Essa realidade é o homem imortal, que nunca nasce, nunca morre, mas sobrevive eternamente a todos os caprichos cambiantes do senso mortal de vida, graças à sua imortalidade. E nunca, em nenhum momento, o mortal e o imortal se fundem ou se misturam, muito embora isso pareça acontecer na pessoalidade. Embora o homem pareça material aos sentidos materiais, isso não o torna material. Um fato científico nunca é alterado por alguma eventual aparência falsa.

Naturalmente, surge, então, a questão: o que se deve fazer para ajustar o que vivemos diariamente à demonstração dessa revelação sobre o verdadeiro existir espiritual do homem?

Primeiro, a compreensão deve ser clara quanto ao status espiritual perfeito do homem e do universo como Deus os conhece. Então, na experiência e na conduta humanas, tudo o que for necessário como concessão temporária à crença de necessidades, felicidade e realização humanas aparecerá de forma inteligente e isenta de ego.

Devemos manter sempre em mente a separação entre o real e o irreal. O Cientista Cristão não perde de vista o fato de que, se ele admitir um mundo com nascimento material como realidade, ele terá um mundo com morte material. A alegação de que temos um começo de matéria orgânica tem de admitir também que há um final. No entanto, para o homem espiritual, coexistindo com Deus, não há morte nem processo final. Da mesma forma, para o homem e o universo reais que também coexistem, não pode haver nascimento nem processo inicial. Todo verdadeiro existir é o reflexo eterno da Mente divina, existindo no âmbito dessa Mente, permanecendo na glória que é a presença e a expressão do próprio Deus.

Para aquele que possui, em algum grau, essa compreensão a respeito do verdadeiro existir, a vida atual é vista como uma contínua concessão à crença. Ela será reconhecida como tal mas, à medida que nos tornarmos cada vez mais conscientemente governados por Deus, nossa existência se tornará mais ordenada, mais inteligente e progressivamente mais livre das piores fases do pecado e da doença. O Cientista Cristão reconhece que as evidências aparentes da vida como se fosse material são aquilo que o livro-texto chama de sonho adâmico, um senso errôneo de existência. Sabendo que um sonho não pode se conectar ao fato espiritual mas, pelo contrário, que o sonho pode se dissipar com o despertar para os fatos espirituais, o Cientista Cristão se apega a essa revelação demonstrável e pode começar agora mesmo a livrar-se das indulgências e penalidades da falsidade.

Dessa forma, o seguidor da Ciência Cristã neutraliza ou diminui as crenças materiais, mesmo enquanto as considera, em certa medida, como concessões necessárias para os dias de hoje. Ele as “neutraliza”, por não se deixar enganar por elas; por recusar-se a tentar misturá-las com fatos divinos; por classificá-las como erro prestes a desaparecer. Isso ajuda a compreender o que o livro-texto da Ciência Cristã diz sobre crenças melhoradas: “Uma crença melhorada é apenas um passo para fora do erro, e ajuda a dar o passo seguinte e a compreender a situação na Ciência Cristã” (p. 296). Aliás, nós vemos a evidência exterior da cura pela Ciência Cristã como “crença melhorada” ― saúde em vez de doença, independência financeira em vez de pobreza, e assim por diante. Mas, em todos os casos, entende-se que a crença melhorada significa uma crença mais pura, menos material, e não é a salvação de algo mortal. O fenômeno da cura cristãmente científica é visto como a realidade aparecendo, a mortalidade desaparecendo.

A perfeição da saúde está sempre presente, porque Deus está sempre presente, e esse fato constitui Sua semelhança, o homem. Sob a ação do tratamento pela Ciência Cristã, a crença errônea diminui, e o mortal deixa de obscurecer a saúde! Um conhecimento básico do real e do irreal e a compreensão constante de que em nenhum caso, e em nenhum momento, eles se misturam são fundamentais para o estudante da Ciência Cristã.

Aquele que demonstra os grandes fatos do existir, revelados pela Ciência Cristã, deve sempre se lembrar de que Deus é o Amor; que não há nenhuma demonstração da presença de Deus, sem a presença dEle como o Amor e sua manifestação na ação humana, como reflexo do Amor. A suprema compreensão não é intelectual. Ela é encontrada na união com Deus como o Amor. Não podemos permanecer em um estado mental alheio às necessidades humanas, ou insensível aos sofrimentos da humanidade. Na compreensão da Verdade, precisamos estar em nosso mais elevado pináculo de compreensão espiritual. Então, como demonstração de tal compreensão, devemos agir com empatia e ternura para com todos os seres vivos.

O Amor divino não pede que nos apeguemos pessoalmente a todos. Ele exige algo bem diferente, isto é, que o amor seja estendido a todos, em todos os lugares, que amemos o bem-estar de todos. Cristo Jesus amava toda a humanidade, mesmo frente aos erros e maldades dessa humanidade. Ele desejava o bem-estar de todos e reuniu todo o gênero humano no amor do Pai. Isso certamente mostrou com clareza “a natureza divina abraçando a natureza humana” na “coincidência humana e divina”. A Ciência Cristã, corretamente vivida, não conhece nenhuma perspectiva inferior a essa.

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