Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer
Original para a Internet

Dã é substituído por Manassés

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 2 de abril de 2018


Qualquer pessoa que estude os termos que constam do Glossário em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras se perguntará por que Dã representa o magnetismo animal. No entanto, quando estudamos o assunto ao longo de toda a Bíblia, fica claro que esses termos no Glossário são definições exatas, e que Dã é realmente uma personificação do magnetismo animal. Dã era filho de Jacó e de Bila, serva de Raquel. O caráter de Jacó, de um ponto de vista mortal, incluía duplicidade e sensualidade. O nome Bila significa timidez, mas também significa medo e terror. Poderia haver solo mais fértil para o magnetismo animal do que essas qualidades da mente mortal, tais como duplicidade, sensualidade, medo, timidez e terror? Entre os descendentes de Dã vamos ver Husim, seu filho, cujo nome significa “aquele que está com pressa”, e Buqui, o príncipe da tribo, cujo nome significa desperdício. É muito proveitoso estudar esses dois pontos na história de Dã, seus progenitores imediatos e seus descendentes. Neles podemos encontrar algumas lições úteis. A duplicidade, a sensualidade, a timidez, o medo e o terror precisam ser vistos como aquilo que de fato são, isto é, elementos do magnetismo animal. Portanto, devem ser destruídos, caso contrário eles fornecerão o terreno em que o erro poderá agir. Em outras palavras, eles aceitam Dã. Reconhecer os sintomas do magnetismo animal e bani-los instantaneamente com a verdade a respeito do existir é fazer sólido progresso na compreensão e demonstração da Ciência Cristã.

E o que dizer da pressa e do desperdício? Alguém poderia avaliar como seria a vida aqui e agora, se essa descendência de Dã fosse eliminada? Todo senso de premência decorrente da pressa desapareceria. As limitações de tempo desapareceriam. A crença no tempo é o que causa a pressa. Nós nos apressamos porque contamos o tempo, porque achamos que a noite está chegando. A pressa atrasa nosso trabalho, nos faz ficar irritados e impacientes, nos torna menos eficientes, e nossa convivência com os outros fica mais difícil. A pressa é empurra-empurra, é mesmerismo, é a ação da força de vontade mortal. É estar sempre forçando os botões das flores a abrirem, ao invés de deixá-los desabrochar da maneira correta. A pressa diz ao entrar na casa de um amigo: “Não tenho muito tempo”, e outras coisas mais, e o amigo começa também a ficar nervoso. A pressa faz com que falemos asperamente ao telefone, tratemos secamente empregados e clientes. Então nos encaixamos perfeitamente no papel de um descendente de Dã. A única pressa que se justifica é a que devemos ter para despertar desse sonho mortal. O desperdício não fica atrás. Desperdício de tempo, desperdício de dinheiro e, acima de tudo, desperdício das oportunidades espirituais necessárias para lidar drasticamente com o problema. O pensamento que não é correto é desperdício. Todo o tempo gasto naquilo que não é real e verdadeiro é desperdício, toda busca pela satisfação do ego é desperdício. Só é proveitoso aquilo que nos familiariza com Deus ou expressa a Deus. Tanto a pressa como o desperdício nos separam de Deus e, portanto, pertencem à descendência da sensualidade, duplicidade, medo, timidez e terror.

Agora vamos parar de observar a história dos ascendentes e descendentes de Dã, e vamos dar uma olhada na história do próprio Dã. Quando Jacó abençoou seus filhos com uma bênção profética sobre as tribos, ou seja, os estados da consciência humana que cada uma delas representava, ele disse, em parte, a respeito de Dã: “Dã julgará o seu povo”. A palavra Dã significa juiz. Que tipo de julgamento poderia vir de Dã, o magnetismo animal? Só poderia vir crítica destrutiva, julgamento injusto, ou seja, julgar sobre uma base material. Vemos esse nome em sua forma completa no nome Daniel, que significa “Juiz de Deus”. Dã julga no plano da mente mortal; Daniel julga a partir do ponto de vista da Mente divina. A mesma diferença existe entre a leitura da mente mortal e a leitura da Mente divina. Com relação à segunda parte da bênção, ela descreve exatamente as obras do magnetismo animal. “Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os talões do cavalo e faz cair o seu cavaleiro por detrás” (Gênesis 49:17). O fato é que ninguém põe a culpa no magnetismo animal pelo estrago que ele causa, mas sua ferramenta, quer dizer, o canal através do qual ele age, é o que leva a culpa. Assim, no caso em que a víbora mordeu os talões do cavalo e fez com que o animal empinasse, levando o cavaleiro a cair para trás, ninguém ficaria sabendo que a causa da queda foi a víbora. Mas o cavalo seria considerado o culpado, ou a queda poderia ser atribuída a um descuido do próprio cavaleiro.

Contudo, não há nenhuma desculpa válida para os Cientistas Cristãos considerarem o mal como algo pessoal, pois o ensinamento que se encontra em Ciência e Saúde destaca, de capa a capa, o fato de que o mal é impessoal, e o grande e maravilhoso fato de que o mal não é poder. Assim, quando os mal-entendidos são frequentes, deveríamos reconhecê-los como confusão, como magnetismo animal, e enfrentá-lo como tal. Temos de destruir o próprio mal. Se culparmos as pessoas que manifestam o mal, o mal não será destruído. Mas, quando posto a descoberto como sendo o mal, pode-se reduzi-lo a nada. Conhecendo a irrealidade do mal com base no fato de que Deus, o bem, é Tudo-em-tudo, você destrói o mal e, como consequência, você liberta, você cura o que em primeira instância se apresenta como o malfeitor. É significativo que a percepção espiritual de Jacó fez com que ele, depois de profetizar sobre Dã, exclamasse: “A tua salvação espero, ó Senhor!” Ele previu que nada, a não ser a salvação de Deus, libertaria a humanidade desse aparente poder do mal, e que haveria muitos anos de espera desgastante, antes que essa salvação aparecesse.

Ao prosseguir com nosso estudo sobre Dã, na Bíblia, chegamos ao momento em que Moisés, antes de subir ao monte Nebo e não mais ser visto pelos homens, abençoou as tribos, e, a respeito de Dã, disse: “Dã é leãozinho; saltará de Basã”. Uma definição de Dã no Glossário é: “Uma crença que faz de outra, a sua vítima” (Ciência e Saúde, p. 583). De fato, o magnetismo animal, em si mesmo, é o nada, ou seja, “uma crença que faz de outra, a sua vítima”, pó que volta ao pó. A Bíblia diz a respeito da serpente: “comerás pó todos os dias da tua vida”. Um estudo sobre a palavra Basã mostra que essa foi a parte dada à tribo de Manassés, e é com um sentimento de admiração e reverência que constatamos a maravilhosa exatidão dos registros bíblicos, pois o sétimo capítulo do Apocalipse mostra o cumprimento dessa profecia: Dã não está incluído na companhia dos redimidos que compõem os doze mil de cada tribo. E Manassés, filho de José, aquela tribo favorecida de onde veio “o Pastor, a Pedra de Israel”, o substituiu, pois assim a casa de José recebeu duas partes. E dessa forma se cumpriu a profecia feita por Jacó, quando, ao abençoar Efraim e Manassés, filhos de José, ele disse: “Além disso, dei-te uma parte a mais do que dei a teus irmãos”. Dã, em cumprimento da profecia, realmente perdeu Basã. Em outras palavras, aquele que é “o pastor, a pedra de Israel”, revelou na Ciência Cristã a impotência do mal e capacitou os homens a compreenderem a profecia de Isaías: “Portanto, assim diz o Senhor Deus: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, angular, solidamente assentada; aquele que crer não foge. Farei do juízo a régua e da justiça, o prumo; a saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas arrastarão o esconderijo” (Isaías 28:16, 17).

A história dessa tribo de Dã apresenta três incidentes específicos que são dignos de nota, pois cada um representa a natureza e o modo de agir do magnetismo animal, sendo o primeiro incidente a respeito de um homem, filho de uma mulher da tribo de Dã e de um egípcio. Esse homem blasfemou e amaldiçoou o nome do Senhor Deus, e foi apedrejado. A segunda interessante alusão aos danitas está na bela canção de Débora, mencionada no quinto capítulo de Juízes, quando essa sábia mulher era juíza em Israel e havia retornado depois de liderar os exércitos de Israel na batalha contra seus inimigos. Ela canta a gloriosa vitória de Israel sobre o rei de Canaã e a bravura e honra daqueles que nela tomaram parte e, então, exclama: “Dã, por que se deteve junto a seus navios?” (Juízes 5:17). Dã, portanto, não foi lutar em uma guerra justa, e vemos essa mesma característica do magnetismo animal em ação hoje em dia naqueles que, servindo de ferramentas para o mal, não vão lutar contra o rei de Canaã. Eles ou afirmam ser neutros, ou então tomam partido abertamente contra aqueles que estão lutando em uma causa justa.

O terceiro relato das ações da tribo, o mais interessante de todos, é o registro da tomada de posse de uma cidade chamada Laís, uma cidade cujo povo estava sob a influência mesmérica de sentir-se bem acomodado na matéria. Quando os danitas tomaram a cidade, eles a denominaram Dã, e ali estabeleceram a adoração de ídolos, e persuadiram um levita a ser seu sacerdote a serviço desses ídolos. Toda essa história é profundamente interessante e significativa. Quando os enviados de Dã estavam a caminho para tomarem a cidade de Laís, eles pararam na casa de Mica, o qual havia feito para Dã uma casa de deuses e arranjado um jovem levita para ser seu sacerdote. Ali os enviados, em número de cinco, pediram a esse jovem levita para consultar o Senhor para saberem se prosperariam em seu caminho. O levita, depois de ter consultado os deuses, respondeu: “...Ide em paz; o caminho que levais está sob as vistas do Senhor” (Juízes 18:6). Assim, o magnetismo animal usou o ocultismo para alcançar seus objetivos, e os enviados foram para Laís, onde encontraram um povo que habitava ali “...seguro, ... em paz e confiado” (Juízes 18:7), e, para citar a linguagem concisa da Bíblia: “Nenhuma autoridade havia que, por qualquer coisa, o oprimisse...” (Ibidem). Ali havia, portanto, um estado de consciência que de fato seria presa fácil para o magnetismo animal.     

Os enviados, depois de terem espiado a terra, retornaram à sua tribo e formaram um exército para subirem e tomarem a cidade de Laís; no caminho, eles se apoderaram dos deuses que pertenciam a Mica e subornaram seu sacerdote, o jovem levita, para ir com eles e servir-lhes como sacerdote. Eles chegaram a Laís, “um povo em paz e confiado”, e a Bíblia nos diz: “Ninguém houve que os livrasse”. Então, os filhos de Dã levantaram a imagem de escultura, e o jovem levita e seus descendentes foram sacerdotes para a tribo de Dã até o dia em que o povo foi levado ao cativeiro. A história toda é um relato interessante de como funciona o mal, ou seja, o magnetismo animal, e de como ele encontra uma vítima no pensamento descuidado e sem lei. E esse relato mostra como é fácil tomar posse de tal estado de consciência, estabelecendo ali a adoração de ídolos.

No capítulo 48 de Ezequiel chegamos à descrição da construção do templo espiritual e lemos que essas portas da cidade tomarão “os nomes das tribos de Israel” (ver Ezequiel 48:31), e que no lado oriental haverá três portas: “a porta de José, a de Benjamim e a de Dã” (ver Ezequiel 48:32). Ao ler o capítulo 21 do Apocalipse encontramos uma descrição da Nova Jerusalém, e ali, também, há três portas de cada lado: “...doze portas, e, junto às portas, doze anjos, e, sobre elas, nomes inscritos, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel” (Apocalipse 21:12). Não podemos deixar de ver que, uma vez que Manassés, da casa de José substituiu a Dã, as três portas passaram a ser José, Benjamim e Manassés. Constatamos que a serpente, o magnetismo animal, que perseguiu tão de perto o pensamento iluminado através da longa noite e do longo dia do despertar da mente humana, finalmente desapareceu em sua própria nulidade.

Precisamos vigiar para que a porta da nossa compreensão esteja aberta somente para o Cristo e para que compreendamos e afirmemos constantemente, isto é, que realmente demonstremos diariamente que o mal não é poder, que Dã realmente saltou de Basã, foi substituído por Manassés, esse glorioso olvido (o nome Manassés significa esquecimento) ou obliteração, na consciência, de tudo aquilo que não é bom, de tudo aquilo que não é o Princípio e sua ideia; aquele olvido que tão bem representa o momento em que o mal finalmente desaparecerá. A Sra. Eddy diz em Retrospecção e Introspecção: “Na proporção em que o testemunho do sentido material e pessoal cessar, o pecado diminuirá, até a pretensão errônea chamada pecado perder-se, finalmente, por falta de testemunho” (p. 67).

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

More web articles

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.